Pequenos apontamentos para a sua história: os primeiros 50 anos (1897 – 1947)
No dia 28 de outubro, cerca de cinquenta alunos do 3.º ciclo, acompanhados pelos seus professores de Cidadania e Desenvolvimento, tiveram a oportunidade de viajar pelos primeiros cinquenta anos do cinema em Ponte de Lima, guiados pelo investigador José de Sousa Vieira que, a par de outros assuntos da cultura local, se tem debruçado sobre o Teatro e o Cinema na nossa terra.
Aprendemos que as “novidades” de/e com a “fotografia em movimento” foram chegando a Ponte de Lima, principalmente através das suas festividades (S. João e “Feiras Novas”).
Em 1897, o jornal local “A Semana” noticia que no Club Comercial foi apresentado, com muito sucesso entre a assistência, uma das mais surpreendentes invenções modernas: um maravilhoso aparelho (Animatógrafo).
O local em que mais cinema se viu foi o Teatro Diogo Bernardes que, em Ponte de Lima, é o local por onde passou o maior número de filmes.
Inúmeras são as curiosidades: por exemplo, em 1903, apresentou-se no Teatro um grupo de artistas de circo que, para preencher algumas partes do seu espetáculo, trazia o cinematógrafo, que reproduzia com nitidez vários quadros animados. Os alunos ficaram bem surpreendidos com esta informação, pois nunca tinham imaginado a projeção de imagens integrada no circo. Também soubemos que dentro do Diogo Bernardes chegou a funcionar o Cinema Olímpia e, curiosamente, os bilhetes para as sessões estavam à venda na Livraria Guimarães (de Avelino Guimarães, então empresário do Teatro), na Mercearia Lobato e na Barbearia Amorim!
Para além desta sala, outros locais foram usados para exibir cinema durantes estes anos: o Salão Avenida, do largo Dr. Rodrigues Alves, (um barracão em madeira, construído mais ou menos onde hoje é o mercado municipal), e o Cine-Bombeiros Voluntários.
São também muito curiosas as notícias que dão conta das inovações técnicas: como em 1908, o “cinematógrafo Pathé”, utilizando, para fornecimento de energia, um motor moderno com a força de 24 cavalos; a inauguração, em 1914, de um autopiano magnífico, ou, em 1928, de um “novo aparelho cinematográfico muito nítido e firme”; passada cerca de uma década, um aparelho sonoro idêntico ao de Viana do Castelo, mas mais perfeito, e ainda um aparelho que permitia ver o cinema com som, cor e relevo. Assim, viajamos ainda pelo início do cinema sonoro e do cinema colorido em Ponte de Lima.
Ponte de Lima no Cinema
Numa segunda parte da sessão, pudemos saber que existiram algumas películas que nos trazem Ponte de Lima no Cinema, e da lista fazem parte sobretudo filmes documentais como: «Feira em Ponte de Lima», de 1918; «Ponte de Lima», de 1929 e «Ponte de Lima», de1934.
E ainda uma curiosidade: em 1937, Chianca de Garcia filma, em Ponte de Lima, cenas para o seu filme «A Rosa do Adro», estreado em 1938, contando com a figuração de um grupo de rapazes da terra. Podemos ver uma destas cenas aqui: A Rosa do Adro (Ponte de Lima).
Os de Ponte de Lima no Cinema
E, por último, José Sousa Vieira referiu algumas pessoas de Ponte de Lima com participação em filmes da época em análise, com destaque para Tarquínio Vieira (1894-1960), ator profissional, que participou nos filmes «Bocage», de Leitão de Barros, longa-metragem de 124 min., estreada em 1936; e «Cais do Sodré», de Alexandre Perla, longa-metragem de 72 min., estreada em 1946.
NOTA: Para quem quiser saber muito, muito mais, disponibilizamos o link para o texto que José Sousa Vieira, a quem agradecemos, gentilmente nos cedeu: